segunda-feira, 12 de maio de 2008

As guerras entre Iraque e Estados Unidos

Quem foi Saddam Hussein?
foi um
político e estadista iraquiano, e uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe. Foi presidente do Iraque no período 19792003, acumulando o cargo de primeiro-ministro nos períodos 19791991 e 19942003.
Saddam Hussein nasceu na aldeia
Al-Awja, pertencente à cidade muçulmana sunita de Tikrit, situada a 150 quilômetros de Bagdá. Nascido no mesmo lugar que o lendário Saladino e descendente de uma família de camponeses. Saddam, ainda na adolescencia, se mudou para Bagdá.
Em
1956, aos dezenove anos, aderiu ao Partido Socialista Árabe Ba'ath (fundado na Síria por Michel Aflaq) e, no mesmo ano, participou de um golpe de Estado fracassado contra o rei Faisal II. Dois anos depois, participou de outro golpe, dessa vez contra Abdul Karim Qassim, carrasco do monarca e líder do novo regime golpista. Acusado de complô, foi condenado à morte à revelia em fevereiro de 1960, sentença da qual conseguiu escapar fugindo para o Egito e através da Síria, onde as autoridades lhe concederam asilo político.
No
Cairo, concluiu seus estudos secundários e foi admitido na Escola de Direito - terminaria a faculdade anos depois, em 1968 -, onde se relacionou com jovens membros do Partido Ba'ath egípcio, de inspiração esquerdista e pan-árabe. Acabou sendo perdoado e voltando a Bagdá após a revolução liderada pelo partido Ba'ath em fevereiro 1963. Saddam assumiu o comando da organização militar do partido. No ano seguinte, voltou à prisão, que só deixaria três anos depois.
O presidente iraquiano se casou duas vezes: em
1963, com sua prima de sangue Sajida Khairallah, filha do tio que o adotou e com quem teve dois filhos e duas filhas, Raghad e Rana - que após o desmoronamento do regime foram acolhidas pelo rei Abdullah II da Jordânia -; e em 1988, com uma mulher também de seu clã, Samira Fadel Shahbandar, que lhe deu outra filha, Hala, que atualmente vive em Beirute. Saddam teve também dois filhos varões - Uday e Qusay. Conhecido por admirar o ex-ditador soviético Josef Stalin, Saddam nunca foi um ideólogo, mas apelou muitas vezes ao nacionalismo árabe, ao Islã e ao patriotismo iraquiano para cimentar sua liderança.
Caracteristicas do governo de Saddam Hussein:
Em novembro de
1969, Saddam foi nomeado vice-presidente do Conselho do Comando Supremo da Revolução, tornando-se assim o "número dois" do regime, depois do presidente general Al-Bakr, que era seu parente.
Como vice-presidente do Iraque durante o governo do idoso e frágil
General Ahmed Bakr, Saddam controlou firmemente o conflito entre os ministérios governamentais e as forças armadas numa altura em que muitas organizações eram consideradas capazes de derrubar o governo, criando um aparelho de segurança repressivo. O novo regime logo se aproximou da União Soviética e em 1972 um Tratado de Amizade e Cooperação foi assinado entre os dois países. Depois, também foram selados acordos com a Alemanha Ocidental, o Japão e os Estados Unidos.
A
economia do Iraque cresceu a um ritmo forte na década de 1970. Saddam destacou-se por investir pesado em saúde e em educação. Devido ao sucesso do programa, o número de matrículas acabou batendo recorde, e Saddam recebeu um prêmio da Unesco em 1977.
Xiitas e Sunitas no Iraque:
OS XIITAS representam mais da metade da população iraquiana (mais ou menos 60%) e estão estabelecidos principalmente no sul do país.Depois de anos de opressão durante o regime sunita de Saddam Hussein, conquistaram ampla vitória nas eleições gerais de 30 de janeiro de 2005, chegando ao poder pela primeira vez na história do país.Sua longa exclusão do processo político em benefício dos sunitas começou nos anos 20, quando as autoridades religiosas xiitas pediram aos fiéis que boicotassem as eleições organizadas pelo ocupante britânico.A marginalização dos xiitas, que nos anos 50 eram maioria no Partido Baath e no Partido Comunista iraquiano, se acelerou nos anos 70, com o aumento do poder do clã sunita de Tikrit de Saddam Hussein.A chegada ao poder de Saddam se traduz na proibição de algumas festas religiosas, como o Ashura, e uma repressão sangrenta contra os dirigentes religiosos xiitas. O mais importante deles, o aiatolá Mohamed Baqer Sadr, foi executado em 1980.Em 1991, logo depois da derrota iraquiana na guerra do Golfo, uma revolta popular xiita explodiu na região sul do Iraque. Este amplo movimento de hostilidade ao poder foi reprimido de maneira sangrenta pelas autoridades.Somente a queda do regime de Saddam Hussein em abril de 2003 permitiu aos xiitas a prática aberta de seus rituais.Porém, os xiitas foram vítimas de vários atentados desde o início da guerra. Em agosto de 2003 em Najaf, pelo menos 83 pessoas morreram, incluindo o religioso Mohammed Baqer Hakim. No dia 2 de março de 2004, durante o luto sagrado de Ashura, mais de 170 pessoas morreram.Em 19 de dezembro, as cidades xiitas de Najaf e Kerbala são de novo alvo de dois atentados (66 mortos). Em 28 de fevereiro, Hilla, cidade majoritária xiita, é alvo do atentado mais sangrento registrado desde abril de 2003, reivindicado pelo grupo do chefe da Al-Qaeda no Iraque, Abu Mussab al-Zarqawi (118 mortos).Os xiitas formam atualmente uma comunidade não monolítica. O governo iraquiano, dominado por uma corrente religiosa majoritariamente fiel ao grande aiatolá Ali Sistani, é partidária de que sejam mantidas as forças estrangeiras, ao passo que o clérigo radical Moqtada al-Sadr, cujas tropas, o Exército de Mehdi, dirigiram no ano passado uma rebelião contra a ocupação, é um ferrenho opositor à presença dos americanos no país.O Iraque ocupa um lugar considerável no xiismo. Os elementos fundadores desta facção da fé muçulmana nasceram nesse país e seis dos 12 imãs venerados pelo xiismo estão enterrados ali, em particular Ali, primo e genro do profeta Maomé, cujo mausoléu se encontra em Najaf, e Hussein, filho de Ali e neto do profeta, em Kerbala.OS SUNITAS buscam se apresentar como a ortodoxia frente ao xiismo, ou seja, a facção que aplica as doutrinas, normas e costumes estabelecidos pela religião. Eles se submetem à sunna ("Tradição do Profeta") e geralmente obedecem o poder instalado, inclusive se não for religioso.Uma corrente muito purista do sunismo é o wahabismo, atualmente doutrina de Estado na Arábia Saudita.Os sunitas, apesar de majoritários no Islã, são minoritários dentro da população iraquiana (entre 20 e 25%).Sempre estiveram à frente do Estado e dominaram o Exército e as forças de segurança. Sob o regime de Saddam Hussein, os sunitas se beneficiavam de sua proteção e ocupavam a maioria dos postos de comando, formando essencialmente os quadros superiores do Exército, da polícia e do Partido Baath.Relegado ao segundo plano depois da invasão americana do Iraque, em março de 2003, em benefício dos xiitas e dos curdos, a minoria sunita surge de uma subrepresentação na Assembléia devido às convocações ao boicote que fizeram a seus eleitores em 30 de janeiro de 2005, provocando a perda de influência desta comunidade.Já frustrada pelo aumento do poder dos xiitas, esta comunidade se sente alvo das inúmeras operações e detenções realizadas pelas forças iraquianas e americanas em bairros ou localidades povoadas por árabes sunitas devido à natureza de sua insurreição, formada essencialmente de sunitas.
Relações políticas e econômicas do Iraque com os Estados Unidos nos últimos 20 anos:
Oficialmente a actual política de Washington em relação ao Iraque é provocar uma "mudança de regime" — tanto através de um golpe militar como por meio de uma invasão dos EUA, justificada como um "ataque preventivo" contra um Estado bandido que tende a desenvolver e preparar armas de destruição em massa. Mas uma invasão americana, se acontecer, não limitaria seus objectivos à mera mudança do regime em Bagdade. O objectivo mais vasto seria nada menos do que a projecção global do poder dos EUA através da afirmação do domínio americano por todo o Médio Oriente. O que o mundo está agora a enfrentar é portanto a perspectiva de um grande novo desenvolvimento na história do imperialismo.
O imperialismo de hoje já não é definitivamente o mesmo daquele do fim do século XIX. Nos dias primitivos da era moderna do imperialismo, várias potências — nomeadamente a Alemanha, o Japão e os Estados Unidos — vinham ao palco para desafiar a hegemonia britânica em várias partes do globo. Havia um certo número de características notáveis do imperialismo durante este período: a luta entre as potências europeias para dividir a África; intensa competição na Europa pelos mercados uns dos outros; o crescente desafio alemão a Londres como o núcleo do mercado internacional de dinheiro. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos estavam tentando entrar na competição por mercados na Europa e estavam a desenvolver suas próprias colónias e esferas de influência na América Latina e na Ásia. As causas primárias da Primeira Guerra Mundial incluíram tanto a feroz competição entre as grandes potências por colónias e mercados como a tentativa alemã de eliminar a Grã-Bretanha como o centro dos mercados internacionais de dinheiro e de mercadorias.
Causas e conseqüências da guerra para os dois paises:
O 11 de Setembro não aconteceu da mesma forma que o ano 2000 e o bug do milênio também não aconteceram. Apesar de previsões e de expectativas, todas vertiginosamente apocalípticas, o mundo permaneceu igual. Depois dos terríveis atentados ao WTC, a imprensa mundial declarou que o mundo nunca mais seria o mesmo. Errou. Apenas de uma maneira bastante superficial o mundo alterou-se. Há mais dificuldades para entrar nos Estados Unidos e mais dispositivos de segurança nos aeroportos. Como sempre, o choque provocou uma reação com tendência ao definitivo. Depois, também como sempre, a rotina impôs-se cruelmente e tudo voltou à quase normalidade, ou seja, ao mesmo.
Baudrillard chegou a pensar que o 11 de Setembro significava o fim da “greve dos acontecimentos”, realizando pelo negativo um certo retorno do positivo, a retomada da História. “O mais ínfimo detalhe poderia ter determinado o fracasso de uma ação como essa e, sem dúvida, pela mesma ínfima razão - pois o destino é sutil - mais de um acontecimento excepcional terá deixado de acontecer. Mas, quando acontece, provoca como que um efeito de sucção, de bomba de absorção que asfixia todos os acontecimentos futuros. De maneira que apaga não somente tudo o que lhe precedeu, mas também tudo o que virá depois dele”.
O problema do 11 de Setembro, portanto, extrapola o horror do 11 de Setembro e entranha-se no vazio das conseqüências rapidamente previstas e lentamente refutadas. O 11 de Setembro de 2001, com a explosão das torres do WTC, é irmão gêmeo da queda do muro de Berlim. Ambos não aconteceram como visto e “pré-visto” pela mídia. Nos dois casos, complementares e antagônicos, a mídia anunciou que o mundo nunca mais seria o mesmo. E ele não o foi. Mas não como a mídia imaginava. O 11 de novembro de 1989 foi apresentado como a porta redentora do futuro radioso de uma humanidade enfim libertada. O 11 de Setembro de 2001 foi narrado como uma porta letal pela qual a humanidade entraria para sempre na era do medo e do terror.
Nos dois casos, repita-se, a mídia foi apenas porta-voz. De si mesma. Lipovetsky relativiza: “De um certo ponto de vista a mídia aparece como instrumento de um sensacionalismo ‘irracional’ que exagera os novos perigos. De outro ponto de vista, permite aos indivíduos a reação, o protesto, em outras palavras, de pôr-se como atores num mundo cujos grandes interesses lhes escapam”.
Absolvida de sua responsabilidade sobre as causas, resta-lhe explicar-se sobre as conseqüências anunciadas e não vindas. Note-se que esse não vir, sob muitos aspectos saudável, dá-se por excesso de antecipação: o mundo não se tornará pior por já estar “na pior”. Ele ainda será o mesmo por ser um feixe de contradições com espaço suficiente para o medo e para o terror. Ao mesmo tempo, como historicamente tem acontecido, construirá o seu futuro nas margens do esquecimento.
Atuação da ONU e da comunidade internacional no conflito:
As Nações Unidas enfrentam um desafio extraordinário na área da manutenção da paz. O número de operações continua crescendo, o envio e distribuição de tropas está aumentando em espiral e a necessidade de mais especialistas civis começa a fazer-se sentir com grande acuidade. Atualmente, o Departamento de Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas administra 16 missões em lugares tão distantes como Timor Leste, Haiti ou Saara Ocidental.
As Nações Unidas vem aumentar sistematicamente sua capacidade para apoiar operações e planejar novas missões. No entanto, estas solicitações crescentes estão, mais do que nunca, colocando à prova a capacidade de manutenção da paz da ONU e, para lhes poder dar resposta, a Organização necessita de importantes recursos suplementares. As perguntas e respostas que se apresentam a seguir descrevem as atividades das Nações Unidas na área da manutenção da paz.
Em 1999, o Secretário-Geral, Kofi Annan, decidiu que era imprescindível efetuar uma reforma das missões de manutenção da paz das Nações Unidas realçando a necessidade de aumentar a capacidade das Nações Unidas para realizar operações de manutenção da paz e, em particular, para assegurar o rápido envio de capacetes azuis e a atribuição rápida de mandatos susceptíveis de satisfazer as necessidades in loco. Era necessário definir normas de intervenção militar mais claras para as missões de manutenção da paz da ONU, garantir uma maior coordenação entre o Secretariado da Organização em Nova Iorque e as suas agências ao nível do planejamento e realização das missões, bem como uma maior cooperação entre as Nações Unidas e as organizações regionais. Por outro lado, também era necessário intensificar os esforços no sentido de proteger as populações civis durante os conflitos.
Atual situação política, econômica, social e cultural do Iraque:
O Iraque é um país invadido e dominado pelos Exércitos dos EUA e seus aliados.O país, além da luta contra os invasores está praticamente em guerra civil, entre duas facções étinicas religiosas, os xiitas e o sunitas. Também tem problemas com outra etinia no norte do país que são os curdos, que lutam pela sua independência, mas são uma minoria sem muito peso.Os xiitas são maioria da população e dominam basicamente o sul do país enquanto os sunitas dominam a região central, inclusive a capital Bagda.Durante a invasão americana, a infra-estrutura (rodovias, usinas elétricas, refinarias, abastecimento de água, etc.) foi destruida, além dos danos causados às cidades.Socialmente o povo iraquiano deve estar vivendo momentos muito difíceis, muitas das pessoas com melhores condições economicas, fugiram para outros paises, deixando para trás apenas aqueles que não puderam sair.Economicamente e culturalmente num país ocupado por forças estrangeiras não dá para se saber a real situação.Só sei que as empresas americanas (empreiteiras), que estão fazendo a reconstrução da infra-estrutura, devem estar ganhando muito dinheiro.Com a guerra civil, não existe Segurança Pública, qualquer um está sujeito a ataques ou atentados terroristas que não escolhem suas vítimas.A situação da população civil é péssima e sem esperança de melhora a curto prazo. O país está praticamente num impasse sem solução a vista e a presença americana não ajuda em nada.

Um comentário:

Joyce Santos disse...

Ainda Bem que eu Achei esse Blog com todas as Perguntas que eu realmente estava precisando muito !! Obrigada ;D